01/05/2012

O Rapaz da Camisola Verde

Da Amália cheguei a Pedro Homem de Mello. De Pedro Homem de Mello conheci 

O Rapaz da Camisola Verde.

De mãos nos bolsos e de olhar distante
Jeito de marinheiro ou de soldado,
Era um rapaz de camisola verde
Negra madeixa ao vento,
Boina Maruja ao lado.

Perguntei-lhe quem era e ele me disse:
“Sou do monte, Senhor, e um seu criado”:
Pobre rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.

Porque me assaltam turvos pensamentos?
Na minha frente estava um condenado.
Vai-te rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.

Ouvindo-me quedou-se o bravo moço,
Indiferente à raiva do meu brado,
E ali ficou de camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.

Soube depois ali que se perdera
Esse que só eu pudera ter salvado.
Ai do rapaz da camisola verde,
Negra madeixa ao vento,
Boina maruja ao lado.